Navio – Festival Marisa Monte

O Festival Navegante: Marisa Monte foi mais que um espetáculo: foi uma celebração da arte, da beleza e da poesia. Uma memória para guardar na alma e no coração.

Lembro como se fosse exatamente ontem: eu, a caminho do trabalho, escutando a rádio Nova Brasil. Quando me dou conta, está passando um anúncio do show da Marisa Monte em um cruzeiro. Na HORA, no mesmo minuto, mandei uma mensagem para meu marido: “Você viu? Nossa, precisamos ir. Me dá de presente? De Dia das Crianças, de aniversário, de Natal e Ano Novo? rsrs” (O Dia das Crianças é uma particularidade nossa, que aprendi com a mãe dele, que sempre presenteou nessa data).

Ele respondeu reclamando que o preço estava alto demais e que na data não sabia se teria disponibilidade na agenda de trabalho. Mas eu já fiquei olhando o tempo todo o site, com a certeza de que ia dar um jeito de ir. Afinal, o ano inteiro fiquei acompanhando o site da Marisa Monte e, praticamente, ela só fez um show em São Paulo, que não pude assistir, pois passou quase o ano todo em turnê internacional.

Cheguei em casa à noite e, como de costume, Márcio chegou logo depois, deixou algumas correspondências na mesa — inclusive uma multa por dirigir rápido demais — e me falou que havia uma correspondência para mim. Peguei, achando que era alguma fatura de cartão ou coisa do tipo, e abri sem muito cuidado, sem sequer prestar atenção. Vocês não vão acreditar: quando vi o logo da “Voo Por Aí”, já sabia do que se tratava! Simmm, você acertou: iríamos para o show da Marisa Monte em alto-mar! Meu primeiro passeio de navio já começaria em altíssimo estilo.

Saltitante, abracei forte meu marido e o enchi de beijos. Acho que esse foi um dos momentos mais legais do ano de 2024. A surpresa, a delicadeza da carta e das palavras, e o entusiasmo de saber que, em menos de dois meses, eu estaria não só em um show incrível, mas em vários. Acreditem se quiser: além da Marisa Monte, teríamos shows de Ney Matogrosso, Seu Jorge, Adriana Calcanhotto, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, João Gomes, Xande de Pilares, Pretinho da Serrinha e Silva. Só medalhões da MPB! E mais: iríamos com dois amigos queridos. Aí sim tive a certeza de que seria incrível. A Gigi também é fã da Marisa Monte e, o melhor: tem uma energia incrível. Diversão garantida!

No dia 12/12, pela manhã, colocamos as malas no porta-malas do carro do Mauro e da Gigi. Estacionamos em um local bem em frente à entrada do porto de Santos, de onde partem os navios. Chegamos bem cedo para aproveitar ao máximo. Acho que fomos das primeiras senhas para entrar no navio. E não estou exagerando, rs: a minha senha era literalmente o número 2!

Não preciso nem dizer que o nível de glamour e luxo de um navio desse tipo é absurdo, né? Arrisco dizer que foi um dos lugares mais luxuosos em que já estive: um salão com não sei quantos milhares de cristais Swarovski, tudo lindo e majestoso. O navio era tão grande que tive certeza de que não conseguiria conhecer tudo.

Fomos direto almoçar e, depois, conhecer os principais espaços do navio: áreas de refeições, piscinas e o palco principal dos shows. Já estava rolando um show de MPB na piscina com um artista talentoso, mas cujo nome não me recordo. Não assistimos, pois queríamos conhecer nossos quartos e ver o navio saindo do porto, com as pessoas nos acenando. Isso aconteceu ao pôr do sol, que presente!

Começar nosso passeio assim foi mágico. O céu estava lindo, a brisa deliciosa, e nós na varanda do quarto da Gigi e do Mauro, apenas desfrutando a presença de amigos queridos, uma vista incrível, um clima ameno, enquanto a brisa bagunçava nossos cabelos. Deitei na espreguiçadeira da varanda e, enquanto eles acenavam, confesso que tirei um cochilo de alguns minutos. Que paz!

Voltamos para o nosso quarto — e aqui agradeço demais à agência Voo Por Aí de Suzano, que conseguiu um upgrade de cabine interna para cabines com varanda. Que chique! Ter uma varanda exclusiva com vista para o mar infinito foi um luxo só. Descansamos um pouco e nos preparamos para o show que começaria em algumas horas.

A sensação? Como se os artistas estivessem tão confortáveis, que parecia que cantavam diretamente para nós. Uma energia de descontração, humildade e relaxamento pairava no ar. O público, pela temática do festival, era claramente sintonizado. Nada de glamourização ou desfile de moda. Gente confortável, chinelinho no pé, sem grandes produções. O público tinha, em média, 40/50 anos. Não havia gritaria, bebedeira ou pegação.

Sobre os shows? Literalmente um mais incrível que o outro! Assisti a todos, sem exceção: impecáveis. Não lembro a ordem dos dias, mas destaco:

  • Carlinhos Brown com energia lá em cima e muita autenticidade.
  • João Gomes, que eu não conhecia tanto, me fez virar fã. Chorei ao vê-lo cantar “Um Homem Também Chora” de Gonzaguinha.
  • Xande de Pilares, carisma puro e um samba de arrepiar.
  • Pretinho da Serrinha, que artista completo e genial!
  • Ney Matogrosso, hipnotizante com sua força e presença.
  • Adriana Calcanhotto, teatral e poética, me levou para outro mundo.
  • Arnaldo Antunes, intenso, profundo e único.
  • Silva, que pintou o festival de rosa com seu talento.

Ney, Adriana e Arnaldo, fizeram a participacao em um show especial que aconteceu no Pier de Mauá- RJ, que tornou a experiência ainda mais especial.

A última noite foi para fechar com chave de ouro:

Um parágrafo especial para o Seu Jorge: Magnético! O show foi uma celebração de música, cultura e resistência. É muito mais do que uma apresentação; é uma experiência carregada de energia e mensagens poderosas. Com sua voz grave e inconfundível, ele guia o público por uma jornada musical que mistura samba, soul, funk, MPB e pitadas de rock. Que a voz é um acontecimento, que ele dança, canta e encanta vocês já sabiam. Mas vocês já o viram tocando flauta? Indescritível, me faltam palavras. Tudo no show parece milimetricamente sintonizado. De altíssimo nível. A escolha do elenco do show não é apenas musical, mas também política e cultural. Homens e mulheres negros, cheios de vigor, ocupam o palco com imponência e alegria. Ele embalou o público com todos os seus clássicos. Impressionante!

E a estrela da noite Marisa Monte: Antes mesmo do show começar, Marisa já demonstrava sua conexão única com a música e o público. Durante os 40 minutos de passagem de som, o que deveria ser um momento técnico transformou-se em um pocket show mágico. Ela conversou com os presentes, riu, desejou feliz aniversário e homenageou os fãs. Com sua característica delicada, lançou um perfume de alfazema no ar, como quem abençoa o ambiente. O público, hipnotizado, sentiu-se parte de um momento íntimo e especial.

Após uma breve pausa, meia hora depois, Marisa voltou ao palco como um ser divino, deslumbrante em um figurino brilhante que refletia as luzes como estrelas no mar. Quando começou a cantar, parecia que o tempo parava. Sua voz, inconfundível e impecável, parecia vir de outro mundo, algo que apenas anjos poderiam alcançar. Suave, mas carregada de intensidade, cada nota ressoava diretamente no meu coração . Marisa tem o dom de ser ao mesmo tempo acessível e majestosa, como se estivesse cantando exclusivamente para cada pessoa ali presente. Sua intensidade fazia com que cada um se sentisse especial, parte de algo maior.

Enquanto cantava, Marisa dançava de forma leve, como se seus pés mal tocassem o chão. Seus movimentos eram tão delicados e graciosos que pareciam coreografados pela própria brisa do mar. Ela flutuava pelo palco.

Teve um momento especial, do qual amei participar: ficamos praticamente na grade para o show, mais especificamente na terceira fileira, e fizemos amizade com um grande fã e amigo da Marisa Monte: Gleidson Corrêa, conhecido por fazer o cover mais impecável do Arnaldo Antunes. Preciso contar as infinitas coincidências do destino dele: primeiro, ele ganhou os ingressos para o show em um sorteio; segundo, o evento era exatamente no aniversário dele. Quando Marisa notou Gleidson na plateia, ficou encantada. Durante todo o tempo, mandava carinhos para ele e parecia cantar exclusivamente para ele naquele show. No último momento do espetáculo, ela foge do script, chama Gleidson para frente do palco, e ele declama a parte do Eça de Queiroz de forma mais doce e especial que já ouvi. Enquanto isso, uma chuva fina abençoava o fim daquele espetáculo. Uau, de tirar o fôlego!

O Festival Navegante: Marisa Monte foi mais que um espetáculo: foi uma celebração da arte, da beleza e da poesia. Uma memória para guardar na alma e no coração.

Denise Marques é especialista em Marketing e Gestão, com 8 anos de experiência como gestora na área educacional. Focada estratégias de comunicação, planejamento de campanhas e gestão de equipes multidisciplinares.

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